Universidade Positivo expõe réplicas de bombas de Hiroshima e Nagasaki

Universidade Positivo expõe réplicas de bombas de Hiroshima e Nagasaki

Às 8h15 da manhã do dia 6 de agosto de 1945, o mundo testemunhou um dos momentos mais sombrios e decisivos do século XX. Um clarão cobriu a cidade de Hiroshima, no Japão, levando a vida de milhares de pessoas, imediatamente. Três dias depois, outro bombardeiro despejou uma bomba ainda mais forte sobre a cidade de Nagasaki. Passados exatos setenta anos, professores e técnicos dos cursos de Engenharia e Design da Universidade Positivo (UP), de Curitiba (PR), recriam réplicas exatas, em escala real, dos combustíveis de Urânio e Plutônio das bombas que mudaram os rumos da história e abrem uma exposição que retrata o maior genocídio da humanidade.

A abertura da Exposição “70 anos de Hiroshima e Nagasaki” acontece às 8h15 da próxima quinta-feira, 6 de agosto, no Bloco Vermelho da UP. A mostra traz réplicas em tamanho real dos combustíveis de Urânio da bomba Little Boy, que atingiu Hiroshima, e de Plutônio da bomba Fat Man, que caiu sobre Nagasaki. O material, em alumínio, compõe um painel de aproximadamente 3×2 metros que traz ainda cerca de 40 imagens das bombas atômicas e seus esquemas, do Projeto Manhattan e do teste Trinity, além de imagens das cidades japonesas após os ataques.

O projeto foi desenvolvido em conjunto pelas equipes do Ciclo Básico das Engenharias, Departamento de Engenharia Mecânica e Departamento de Design da Universidade Positivo, com a coordenação do professor Dinis Gomes Traghetta, mestre e doutor em Física e autor do livro “A Bomba Atômica Revelada – a recriação da bomba atômica através da literatura aberta”, um dos 10 indicados ao Prêmio Jabuti do último ano, na categoria Ciências Exatas, Tecnologia e Informática.

Segundo Traghetta, o painel traz também esferas de aço-cromo que representam a quantidade exata dos elementos químicos que sofreram fissão nuclear e esferas de aço-cromo nas quantidades exatas de urânio e plutônio que foram transformadas em energia pela Equação de Einstein (E=mc²). “O visitante vai se impressionar com o estrago que partículas de 4 milímetros podem causar quando a massa das mesmas é transformada em energia”, afirma. “O Painel tem como principal objetivo manter viva a lembrança desta tragédia na mente dos que a conhecem e apresentar aos jovens um fato histórico cuja probabilidade de não se repetir no futuro depende fundamentalmente das novas gerações”, completa. A mostra vai até 31 de agosto, com entrada gratuita.

Passado e Presente

Em 1945, paralelamente aos combates na II Guerra Mundial, os Estados Unidos desenvolviam em seu território o Projeto Manhattan, uma iniciativa de pesquisa para produzir um armamento baseado na fissão do átomo. Além de cientistas e engenheiros americanos, muitos pesquisadores que haviam fugido dos governos nazifascistas europeus participaram desse projeto. Os militares dos EUA queriam se adiantar aos alemães na criação dessa bomba, que utilizaria a energia gerada a partir da fissão nuclear do Urânio e do Plutônio.

O primeiro teste do Projeto Manhattan (denominado teste Trinity) realizado com sucesso ocorreu no dia 16 de julho, no deserto de Alamogordo (EUA), quando uma bomba de Plutônio foi explodida. No mesmo mês, o Imperador japonês Hirohito recusou a rendição proposta pelos EUA. A decisão tomada pelo presidente dos Estados Unidos, Henry Truman, foi utilizar a bomba atômica para evitar a invasão ao Japão, o que causaria, segundo estimativas americanas, a morte de um milhão de pessoas.

No dia 06 de agosto, um bombardeiro B-29, apelidado de Enola Gay, despejou uma bomba de Urânio (ironicamente chamada de “Little Boy”) sobre a cidade de Hiroshima, que explodiu a 570 metros do solo. A bomba continha 64,15 quilogramas de Urânio 235, com potencial destrutivo equivalente a 13,5 mil toneladas de TNT. O calor liberado pela bomba foi de 100 calorias/cm² no ground zero, 56 calorias/cm² a 500 metros e 23 calorias/cm² a mil metros do centro da explosão. Estimativas indicam que mais de 140 mil pessoas tenham morrido.

O segundo alvo era Kokura, Fukuoka, também no Japão. Mas devido ao mau tempo, o piloto teve dificuldades de sobrevoar a cidade, recorrendo ao alvo alternativo, Nagasaki, que foi atingida no dia 9 de agosto, às 11h02 da manhã. A bomba, chamada de “Fat Man”, continha 6,19 quilogramas de Plutônio 239, com potência equivalente a 22 mil toneladas de TNT -1,5 vez mais potente que a bomba jogada sobre Hiroshima. A “Fat Man” explodiu a 3 quilômetros do centro da cidade, formando uma imensa bola de fogo no céu com uma temperatura de 300 mil graus Celsius, produzindo uma imensa nuvem de fumaça na forma de cogumelo, que alcançou mais de 18 km de altura. A topografia de Nagasaki, localizada entre montanhas, impediu uma maior irradiação dos efeitos da bomba. Mesmo assim, mais de 40 mil pessoas morreram.

Em 02 de setembro, o Imperador japonês assinou a rendição do país. No saldo de mortos realizado pelo presidente dos EUA, a utilização das bombas atômicas pode ter sido lucrativa, mas as consequências foram desastrosas. O poder destruidor das bombas atômicas foi além da devastação de lugares e da morte imediata de pessoas, atingindo a área da genética. Os efeitos causados fez com que os sobreviventes transmitissem as lesões para as próximas gerações. Até hoje, crianças nascem com problemas genéticos causados pela radiação das bombas.

De acordo com o professor de Física da Universidade Positivo, Dinis Gomes Traghetta, o terror frente a esse novo instrumento militar foi outra herança do episódio que aterroriza o mundo todo até os dias de hoje. “Nesses setenta anos, mais sete países tornaram-se nuclearmente armados: Rússia, Inglaterra, França, China, Israel, Índia e Paquistão, somando mais de 20 mil ogivas, a maior parte delas dezenas de vezes mais poderosas do que as bombas que explodiram no Japão e um número incerto, cem vezes mais potente”, ressalta. “O fio de esperança que sustenta a humanidade contra sua auto-extinção depende de inesgotáveis, embora já desgastadas, negociações diplomáticas”, completa.

Serviço
Exposição 70 anos de Hiroshima e Nagasaki
Data: de 6 a 31 de agosto
Local: Universidade Positivo – câmpusEcoville (Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Curitiba/PR) – Bloco Vermelho
Entrada Gratuita

Sobre o Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Positivo – Os cursos de Engenharia da Universidade Positivo aliam a experiência de mais de 40 anos de ensino do Grupo Positivo à Educação Superior de excelência. Com uma formação técnica, humana e gerencial, os alunos são preparados tanto para lidar com desafios específicos de suas áreas, como com questões humanas e gerenciais, tornando-os profissionais completos e capacitados para as demandas do mercado. Em comum, os sete cursos oferecidos trazem teoria e prática e alto nível de reconhecimento pelo MEC, à exemplo de Engenharia da Computação, considerado o 9º melhor curso do país entre as instituições privadas; Engenharia Elétrica, o melhor curso do Paraná e o 4º melhor do país entre as instituições privadas, e Engenharia Mecânica, avaliado como o melhor curso do Paraná entre as instituições privadas.

Sobre a Universidade Positivo – A Universidade Positivo (UP) concentra, na Educação Superior, a experiência educacional de mais de quatro décadas do Grupo Positivo. A instituição teve origem em 1988 com as Faculdades Positivo, que, dez anos depois, foram transformadas no Centro Universitário Positivo. Em 2008, foi autorizada pelo Ministério da Educação a ser transformada em Universidade. Atualmente, oferece 54 cursos de Graduação (30 cursos de Bacharelado e Licenciatura e 24 Cursos Superiores de Tecnologia), três programas de Doutorado, quatro programas de Mestrado, centenas de programas de Especialização e MBA e dezenas de programas de Extensão. Em Curitiba, a UP conta com três campus: Ecoville, que ocupa uma área de 424,8 mil metros quadrados, Praça Osório, no centro da cidade, e Mercês – Catarina Labouré, este último dedicado ao curso de Enfermagem. Lançou, em 2013, seu programa de Educação à Distância, com dezenas de polos em todo o país. Segundo as avaliações do Ministério da Educação, é considerada uma das dez melhores universidades privadas do Brasil.


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